Lesões e Doenças
Dr. Thiago Bernardo
Luxação Acromioclavicular
O que é?
A luxação acromioclavicular ocorre quando há uma separação entre a clavícula e o acrômio, que é a parte da escápula onde a clavícula se conecta. Essa lesão afeta a articulação acromioclavicular (AC), que contribui para a mobilidade e estabilidade do ombro, sendo mais comum em atletas e pessoas que sofrem quedas ou traumas diretos sobre o ombro.

Quais os principais sintomas?
- Dor intensa no ombro: A dor pode surgir imediatamente após a lesão e se intensificar com o movimento.
- Inchaço e hematomas: A área ao redor da articulação pode ficar inchada e apresentar hematomas.
- Deformidade visível: Em casos mais graves, a clavícula pode se projetar para cima, criando uma aparência de “passo” na articulação.
- Sensação de instabilidade: O ombro pode parecer solto ou instável.
- Dificuldade de movimento: Movimentos como levantar o braço podem se tornar dolorosos e limitados.
Qual é a causa?
A luxação acromioclavicular geralmente ocorre devido a:
- Trauma direto: Uma pancada ou impacto forte sobre o ombro, como uma queda com o ombro estendido ou uma colisão em esportes de contato (futebol, rugby).
- Trauma indireto: Força transmitida ao ombro por meio de uma queda sobre o braço estendido, que pode deslocar a articulação.
Como esta condição é diagnosticada?
O diagnóstico envolve uma combinação de métodos:
- Exame físico: O médico verifica a sensibilidade, inchaço e deformidades no ombro.
- Histórico médico: Para identificar a causa e os sintomas da lesão.
- Exames de imagem:
- Radiografias: São usadas para confirmar a separação da articulação e avaliar a gravidade da lesão.
- Ressonância magnética (RM): Pode ser necessária para verificar lesões nos ligamentos ou outros tecidos moles.
Classificações
A luxação acromioclavicular é classificada em graus de I a VI, dependendo da severidade e do deslocamento:
- Grau I: Lesão leve com distensão dos ligamentos, mas sem separação visível.
- Grau II: Ruptura parcial dos ligamentos AC, com leve elevação da clavícula.
- Grau III: Ruptura completa dos ligamentos AC e coracoclavicular, com elevação significativa da clavícula.
- Graus IV a VI: Deslocamentos mais graves, com a clavícula deslocada para trás, para baixo ou em posições anômalas.
Como é feito o tratamento?
O tratamento depende da gravidade da luxação:
- Conservador (não cirúrgico):
- Repouso e imobilização: Uso de tipoia para manter o ombro imóvel e aliviar a dor.
- Aplicação de gelo: Ajuda a reduzir o inchaço e a dor nas primeiras 48 horas.
- Fisioterapia: Após o período de imobilização, exercícios de fortalecimento e mobilidade para restaurar a função do ombro.
- Medicamentos: Analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor.
- Cirúrgico:
- Indicado para lesões de grau III ou superiores ou quando o tratamento conservador falha.
- Reparo ligamentar: Reconstrução dos ligamentos AC e coracoclaviculares para restaurar a estabilidade.
- Fixação com parafusos ou placas: Pode ser usada para reposicionar e manter a clavícula no lugar até a cicatrização.
É possível prevenir?
- Uso de equipamento de proteção: Em esportes de contato, o uso de ombreiras ou protetores pode ajudar a proteger a articulação.
- Técnica correta: Praticar uma boa técnica esportiva e usar métodos seguros ao realizar atividades físicas pode ajudar a reduzir o risco de lesões.
- Fortalecimento dos músculos do ombro: Manter uma musculatura forte ajuda a estabilizar a articulação e reduzir o risco de luxações.
- Cuidados ao cair: Aprender a cair de forma segura pode ajudar a minimizar o impacto sobre os ombros.
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