Dr. Thiago Bernardo

O que é?

A ruptura do tendão distal do bíceps é uma lesão que ocorre quando o tendão que conecta o músculo bíceps ao osso do antebraço (no rádio) se rompe ou se descola. Ela, geralmente, ocorre perto do cotovelo, podendo ser parcial (o tendão está parcialmente rasgado) ou completa (o tendão se separa completamente do osso).

Quais os principais sintomas?

• Dor intensa e súbita: Normalmente ocorre na parte frontal do cotovelo no momento da ruptura.
• Sons audíveis: Pode ser acompanhada por um som de estalo ou “pop”.
• Inchaço e hematoma: Surgem rapidamente na parte anterior do cotovelo e antebraço.
• Deformidade visível: O músculo bíceps pode se retrair em direção ao ombro, criando uma aparência de “bola” ou “deformidade de Popeye”.
• Fraqueza: Redução da força, especialmente ao fazer movimentos de rotação (supinação) e flexão do antebraço.

Qual é a causa?

A ruptura do tendão distal do bíceps geralmente ocorre devido a:

1. Trauma súbito: Levantamento de objetos pesados de forma abrupta, onde o peso é mais do que o tendão pode suportar.
2. Movimentos bruscos: Movimentos forçados de extensão com resistência podem sobrecarregar o tendão.
3. Degeneração natural: Ocorre devido ao desgaste do tendão com o passar dos anos, o que o torna mais suscetível a rupturas, principalmente em homens com mais de 40 anos.
4. Uso excessivo: Repetição de movimentos que envolvem o bíceps pode levar ao enfraquecimento do tendão ao longo do tempo.

Como diagnosticar?

O diagnóstico envolve:

• Histórico clínico: O médico pergunta sobre como a lesão ocorreu e os sintomas experimentados.
• Exame físico: O médico avalia a força, a amplitude de movimento e possíveis deformidades no braço.
• Exames de imagem:
  • Ultrassonografia: Pode identificar a ruptura do tendão.
  • Ressonância magnética (RM): Fornece uma imagem detalhada do tendão e verifica a extensão da lesão.

Qual é o tratamento indicado?

O tratamento depende da gravidade da lesão e das necessidades do paciente:

1. Conservador (não cirúrgico):
   • Indicado para rupturas parciais ou para pessoas que não precisam de força completa no braço.
   • Imobilização: Uso de tipoia para ajudar na cicatrização.
   • Fisioterapia: Reabilitação para recuperar a amplitude de movimento e força.
2. Cirúrgico:
   • Indicado para rupturas completas ou quando a funcionalidade do braço precisa ser restaurada completamente.
   • Reinserção do tendão: O tendão é fixado novamente ao rádio por meio de âncoras ou suturas.
   • Reabilitação pós-cirúrgica: Envolve um período de imobilização seguido por fisioterapia para recuperar a força e a mobilidade do braço.

É possível prevenir esta condição?

• Técnica adequada ao levantar pesos: Usar técnicas corretas para levantar objetos pesados e evitar sobrecarregar o tendão.
• Fortalecimento muscular: Trabalhar os músculos do braço de forma equilibrada para evitar tensões excessivas no bíceps.
• Alongamento e aquecimento: Antes de qualquer atividade física intensa, realizar um bom aquecimento e alongamento para preparar os músculos e tendões.
• Evitar movimentos bruscos: Ter cuidado com movimentos de tração súbita ou força excessiva, especialmente em exercícios físicos ou em situações de levantamento de carga.