Lesões e Doenças
Dr. Thiago Bernardo
Ruptura do Tendão do Tríceps
O que é?
A ruptura do tendão do tríceps é uma lesão rara, mas séria, que ocorre quando o tendão que conecta o músculo tríceps ao olécrano (a parte do osso do cotovelo) se rompe. O tríceps é o músculo localizado na parte posterior do braço e é responsável pela extensão do cotovelo. Quando o tendão se rompe, pode ser parcial ou completa, afetando a capacidade de estender o braço de maneira adequada.

Quais os principais sintomas experienciados?
- Dor intensa: Uma dor aguda e imediata na parte posterior do braço, perto do cotovelo, no momento da ruptura.
- Hematomas e inchaço: Surgem rapidamente na região afetada.
- Fraqueza: Dificuldade ou incapacidade de estender o cotovelo contra resistência.
- Deformidade visível: Pode haver um afundamento ou retração do músculo tríceps, deixando uma aparência anormal no braço.
- Estalos ou sons de ruptura: Sensação de estalo no momento em que o tendão se rompe.
Quais são as causas associadas?
A ruptura do tendão do tríceps pode ocorrer devido a:
- Trauma direto: Quedas em que a mão ou o braço é usado para se proteger, sobrecarregando o tendão.
- Sobrecarga súbita: Levantamento de cargas pesadas de maneira abrupta ou movimentos bruscos que envolvem extensão do braço.
- Degeneração pré-existente: Tendões enfraquecidos por condições médicas, como tendinite crônica, ou por fatores como envelhecimento.
- Uso de medicamentos:
- Esteroides anabolizantes: Podem enfraquecer os tendões e aumentar o risco de ruptura.
- Uso prolongado de corticosteroides: Também pode levar ao enfraquecimento tendíneo.
Como diagnosticar?
O diagnóstico é feito por meio de:
- Histórico clínico: Avaliação do evento que causou a lesão e sintomas.
- Exame físico: O médico pode realizar testes de força e mobilidade do braço e verificar se há deformidades.
- Exames de imagem:
- Radiografias: Podem ser usadas para verificar se há fraturas associadas.
- Ressonância magnética (RM): Avalia a extensão da ruptura e confirma se ela é parcial ou completa.
- Ultrassonografia: Pode ser uma alternativa rápida para detectar a ruptura.
Como tratar?
O tratamento varia de acordo com a gravidade da ruptura e as necessidades do paciente:
- Conservador (não cirúrgico):
- Indicado para rupturas parciais ou em pacientes que não requerem recuperação completa da força.
- Imobilização: Uso de tipoia ou gesso para manter o cotovelo em posição de descanso e permitir a cicatrização.
- Fisioterapia: Para recuperar a amplitude de movimento e a força do braço de forma gradual.
- Cirúrgico:
- Indicado para rupturas completas ou em casos onde é necessário restabelecer a função total do tríceps (atletas e pessoas com alta demanda física).
- Reparo tendíneo: O tendão é reconectado ao olécrano, normalmente usando suturas e âncoras.
- Reabilitação pós-cirúrgica: Inclui imobilização inicial e, depois, fisioterapia para recuperar a força e a mobilidade.
Como prevenir?
- Fortalecimento muscular: Trabalhar o fortalecimento equilibrado do tríceps e dos músculos adjacentes para melhorar o suporte geral.
- Técnica adequada em exercícios: Praticar técnicas seguras e corretas durante atividades que envolvam levantamento de peso e extensões de braço.
- Aquecimento antes de exercícios: Realizar aquecimento apropriado e alongamento antes de iniciar treinos intensos.
- Evitar sobrecarga: Evitar submeter o tríceps a cargas excessivas e movimentos bruscos que possam sobrecarregar o tendão.
- Moderação no uso de medicamentos: Evitar o uso indiscriminado de esteroides anabolizantes e controlar o uso de corticosteroides sob orientação médica.
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